A distinção e a interseção de legados: nexos e diferenças estruturais entre Benjamin de Oliveira e Chiquinha Gonzaga
DOI:
https://doi.org/10.46661/ccselap-14297Palabras clave:
Benjamin de Oliveira, Chiquinha Gonzaga, circo-teatro, teatro musicado, música brasileiraResumen
As últimas décadas do século XIX são de notória relevância para a história da música brasileira, já que nesse período as influências europeias começaram a ser impactadas pela emergente cultura urbana, que se consolidou ao longo do século XX. Vários artistas com habilidades múltiplas se destacaram naquele tempo, como o compositor, cantor, instrumentista, ator, diretor e palhaço mineiro Benjamim de Oliveira (1870-1954), cuja contribuição para o processo de inserção do circo-teatro na produção circense no Brasil demanda ser rememorada, sobretudo após os seus 150 anos de nascimento. Outra personalidade a ser contemplada neste artigo é a pianista, compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga (1847-1935), pioneira em vários aspectos na cultura nacional: figura feminina insigne, cuja contribuição também ainda não teve o reconhecimento por parte da memória coletiva do povo brasileiro. Através de pesquisa bibliográfica e documental serão analisadas questões estruturais, distinções e interseções que circundaram a produção dos dois artistas, imersos em um Brasil dominado pelo colonialismo em todos os âmbitos. Utilizaremos vários anúncios e excertos de jornais digitalizados ao longo do texto para referendar nossas informações.
Descargas
Citas
Alonso, A. (2015). Flores, votos e balas. O movimento abolicionista brasileiro (1868-88). São Paulo: Companhia das Letras.
A Manhã. (1917). Uma vida inteira fazendo graça para os outros. Rio de Janeiro, Quarta-feira, 9 de Julho de 1917. Pág. 2. Recuperado de http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=116408&pesq=%22Benjamin%20de%20Oliveira%22&pagfis=34560
Amaral, J. (2017). Arte decolonial. Pra começar a falar do assunto ou: aprendendo a andar pra dançar. Recuperado de https://iberoamericasocial.com/arte-decolonial-pra-comecar-falar-do-assunto-ou-aprendendo-andar-pra-dancar/
Alves, C. (2001). Espumas flutuantes. São Paulo, Brasil: Martins Fontes.
Becker, H. S. (2009). Outsiders: Estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro, Brasil: Zahar.
Bordieu, P. (1989). O Poder Simbólico. Trad. Fernando Tomaz. Lisboa, Portugal: Difel.
Bordieu, P. (1996). As Regras da Arte. São Paulo, Brasil: Companhia das Letras.
Careta (1946). GRANDEZA E MISÉRIA NA VIDA DE PALHAÇO!!! A história de Benjamin de Oliveira, o mais velho Palhaço do Brasil, com 76 anos e quasi cego. Recuperado de I0000713-20Alt=002670Lar=001884LargOri=002597AltOri=003680
Carneiro, N. (7 e 8 de Setembro de 1947). Palhaço, o que é? Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, Domingo, 7 e Segunda-feira, 8 de Setembro de 1947. Recuperado de http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=030015_06&pagfis=48641
Carvalho, J. M. de (2003). A construção da ordem: a elite imperial. Teatro de sombras: a política imperial. Rio de Janeiro, Brasil: Civilização Brasileira.
Castro, A. V. de (2005). O Elogio da Bobagem: palhaços no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro, Brasil: Editora Família Bastos/Petrobrás.
Correio da Manhã. Forrobodó. (27 de janeiro de 1913). Anúncio. Rio de Janeiro, Recuperado de http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=089842_02&pesq=Bur-leta%20Forrobod%C3%B3
Correio da Manhã. Revista brasileira Tudo Pega.(1 de junho de 1910). Anúncio. Recuperado de http://memoria.bn.br/DocReader/DocReder.aspx?bib=089842_02&pesq=%22%20revista%20brasileira%20Tudo%20P%C3%A9ga%22&pagfis=1400
Costa, E.B.A. (2010). O Trânsito entre o Circo e o Teatro: a construção da dramaturgia do circo-teatro brasileiro - uma análise dos autores, obras e gêneros dramáticos das peças encenadas em São Paulo, entre 1927 e 1967, presentes no Arquivo Miroel Silveira. Estágio Pós-Doutoral na Instituto de Artes da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP).
Cruzeiro, A. P.; Portela, L.; e Oliveira, R. (2017). Real Grandeza leva o circo para fechar desfiles de carnaval em Juiz de Fora. Recuperado de http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/carnaval/2017/noticia/2017/02/real-grandeza-leva-o-circo-para-fechar-desfiles-de-carnaval-em-juiz-de-fora.html
Diniz, E. (1991). Chiquinha Gonzaga: uma história de vida. Rio de Janeiro, Brasil: Rosa dos Tempos.
Domingues, P. J. (2002). Negros de Almas Brancas? A Ideologia do Branqueamento no Interior da Comunidade Negra em São Paulo, 1915-1930. Estudos Afro-Asiáticos, Ano 24, nº 3, pp. 563-599. https://doi.org/10.1590/S0101-546X2002000300006
Efegê, J. (1974). Maxixe, a dança excomungada. Coleção Temas Brasileiros. Rio de Janeiro, Brasil: Companhia Gráfica Lux.
Elias, N.; Scotson, J. L. (2000) Os Estabelecidos e os Outsiders. Sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Fernandes, F. (1972). O negro no mundo dos brancos. São Paulo, Brasil: Difusão Européia dos Livros.
Fernandes, F. (2008). A integração do negro na sociedade de classes. Vol. I. Ensaio de interpretação sociológica. São Paulo, Brasil: Globo.
Holanda, S. B. (1995). Raízes do Brasil. São Paulo, Brasil: Companhia das Letras.
Jornal do Brasil. A viúva alegre. (18 de março de 1910). Anúncio. Recuperado de http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=030015_03&Pesq=Circo%20Spinelli&pagfis=1256
Lander, E. (setembro, 2005). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. Recuperado de https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2591382/mod_resource/content/1/colonialidade_do_saber_eurocentrismo_ciencias_sociais.pdf
Marcondes, M.A. (1998). Enciclopédia da música brasileira: popular, erudita e folclórica. Brasil. Art Editora
Menezes, L. (2007). (Re)inventando a noite: o Alcazar Lyrique e a cocotte comédiénne no Rio de Janeiro oitocentista. Revista Rio de Janeiro. 20. Acessado em: http://www.forumrio.uerj.br/documentos/revista_20-21/Cap-5-Lena_Menezes.pdf
Nabuco, J. (2000). O abolicionismo. São Paulo: Publifolha.
Paiva, E. F. (2013). Trabalho, fortuna e mobilidade de negros, crioulos e mestiços no Brasil do século XVIII. Acessado em: https://ojs.lib.umassd.edu/index.php/plcs/article/view/PLCS23_24_Paiva_page27
Queiroz, L. R. S. (2020). Até quando Brasil? Perspectivas decoloniais para (re)pensar o ensino superior em música. PROA. Revista de Antropologia e Arte. ISSN 2175-6015, Campinas, nº 10, vol.1, jan-jun. https://doi.org/10.20396/proa.v10i1.17611
Rocha, M. (2014). O MAXIXE COMO GÊNERO PERIFÉRICO. Um olhar sobre Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Júlio Reis. (Trabalho de conclusão de curso. Especialização em Educação Musical e Música Brasileira). Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, Brasil.
Rocha, M. (2015). O Maxixe como gênero periférico. Um olhar sobre Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Julio Reis. Anais Intercom 2015.
Rocha, M. (2019). CHIQUINHA GONZAGA: De outsider ao reconhecimento perante o domínio masculino. Tese de doutorado. Universidade Federal de Juiz de Fora.
Rocha, M. (2019). Chiquinha Gonzaga e a consagração no teatro musicado: A corte na roça e Forrobodó apontam o caminho. REVISTA NAVA, 4, p. 242-264. https://doi.org/10.34019/2525-7757.2019.v4.32092
Rocha, M. (2020). Televisão, indústria e memória: a minissérie Chiquinha Gonzaga. 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Anais INTERCOM 2020.
Ruiz, R. (1988). O teatro de revista no Brasil: do início à I Guerra Mundial. Brasil: Coleção Memória. Ministério da Cultura, Instituto Nacional de Artes Cênicas.
Sansi, R. (Ed.) (2013) Economies of Relation: Money and Personalism in the Lusophone World. Portuguese Literary & Cultural Studies. A Center for Portuguese Studies and Culture Publication. PLCS 23/24. pp. 27-54
SBAT. (1961) Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Casa do Autor Brasileiro. Recuperado de http://www.casadoautorbrasileiro.com.br/sbat/historico
Silva, E. (2007). Circo-teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil. São Paulo, Brasil: Altana.
Silva, E. (2003). As múltiplas linguagens na teatralidade circense. Benjamin de Oliveira e o circo-teatro no Brasil no final do século XIX e início do XX. (Tese Doutorado em História). Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas.
Silva, E. (2020). Ocupação Benjamim de Oliveira. Capturado de https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/benjamim-oliveira/sertao-mineiro-palcos-picadeiros/
Silva, E. (2021). Live sobre a Ocupação Benjamim de Oliveira. Recuperado de https://www.instagram.com/p/CXexT6GA7Bk/
Tinhorão, J. R. de. (2013). Os sons que vêm da rua. São Paulo, Brasil: Editora 34.
Veneziano, N. (2010) As grandes vedetes do Brasil. Brasil: Nettie Lee Benson Latin American Collection eLibrary. Acessado em: https://repositories.lib.utexas.edu/handle/2152/11467
Viana, O. (2004). O ocaso do Império. Brasília, Brasil: Senado Federal, Conselho Editorial.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Maristela Rocha

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Esta licencia permite a terceros compartir (copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato) y adaptar (remezclar, transformar y crear a partir del material para cualquier finalidad, incluso comercial), siempre que se reconozca la autoría y la primera publicación en esta revista (La Revista, DOI de la obra), se proporcione un enlace a la licencia y se indique si se han realizado cambios en la obra.