Caminhos, encruzilhadas, porteiras e feitiços para uma filosofia popular brasileira

Autores

  • Rafael Haddock-Lobo

DOI:

https://doi.org/10.36253/ccselap-13462

Palavras-chave:

method, experience, style, macumba, Brazilian popular philosophy

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar algumas reflexões acerca de certos aspectos que se mostram presentes na relação entre a filosofia popular brasilei-ra e as macumbas (conjunto de atividades culturais e religiosas que surgem do cruzo entre as culturas da diáspora africana, os saberes dos povos originários, e do catoli-cismo popular português). Nesse sentido, em um primeiro momento, partiremos da noção de experiência, que precisa ser revisitada quando tratamos desses saberes popu-lares para, com isso, repensar a própria noção de método. Método, então, não mais pensado tão somente como a abertura de caminho (como preconizou Descartes), no qual o filósofo mostra que só há um a ser seguido, mas pensado a partir das sabe-dorias das matas, onde a pisada dos caboclos nos mostram que todo caminho é feito para caminhar. Desse modo, mais do que método, parece que a questão nos leva a repensar se não é de estilo que tratamos ou que precisamos tratar: do modo como encantamos e entoamos nossos feitiços para que a filosofia deixe de nos chegar carre-gada com o peso de uma colonialidade que parece só nos deixar paralisados, como a presa diante do olhar sedutor do predador.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Benjamin, W (1996). Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasi-liense.

Derrida, J (1985). “Préjugés: decant la loi”. La faculté de juger. Paris: Editions de Minuit.

Derrida, J (1994). Espectros de Marx: o estado da dívida, o trabalho de luto e a nova Inter-nacional. Rio de Janeiro: Relume Dumará.

Derrida, J (2007). Força de lei: o fundamento místico da autoridade. São Paulo: Martins Fontes.

Descartes R (2001). Discurso do método. São Paulo: Martins Fontes.

Gonzalez, L (1988). “A categoria político-cultural de amefricanidade”. Revista Tempo Brasi-leiro. Rio de Janeiro, n. 92/93, pp. 69-82.

Guimarães Rosa, J (1986). Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Haddock-Lobo, R (2011). Para um pensamento úmido - a filosofia a partir de Jacques Derrida. Rio de Janeiro: NAU.

Haddock-Lobo, R (2013). “Notas sobre o trajeto aporético da Noção de experiência no pensamento de Derrida”. Educação e Filosofia. Uberlândia, v. 27, n. 53, p. 259-274. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/14271/12687

Haddock-Lobo, R (2019). Experiências abissais ou sobre as condições de impossibilidade do real. Rio de Janeiro: Via Verita.

Haddock-Lobo, R (2020). Os fantasmas da colônia. Notas de desconstrução e filosofia popu-lar brasileira. Rio de Janeiro: Ape’Ku.Kafka, F (1992). O processo. São Paulo: Editora Brasiliense.

Lopes, N (2012). Novo dicionário Banto do Brasil. Pallas: Rio de Janeiro.

Machado, A. F (2014). “Ancestralidade e encantamento como inspirações formativas: filo-sofia africana e práxis de libertação”. Revista Páginas de Filosofia, v. 6, n. 2, p.51-64. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/PF/article/view/6300

Moraes, M. J. D (2020). “Becos, ruas, marquises e esquinas”. Borges-Rosário, F., Moraes, M. J. D., Haddock-Lobo, R Encruzilhadas filosóficas. Rio de Janeiro: Ape’Ku.

Moraes, M. J. D (2020). “Por uma filosofia dessa coisa de pele: uma desconstrução da colonialidade”. Noyama, S. Gingar, Filosofar, Resistir: Ensaios Para Transver O Mun-do. Curitiba: CRV.

Moraes, M. J. D (2020). Democracias espectrais: por uma desconstrução da colonialidade. Rio de Janeiro: NAU.

Oliveira, E (2021). Cosmovisão africana no Brasil. Ape’ku: Rio de Janeiro.

Rio, João do (2012). A alma encantadora das ruas. Nova Fronteira: Rio de Janeiro.Rufino, L. (2019). Pedagogia das encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula.

Santos, A. B (2015). Colonização, Quilombos, Modos e Significações. Brasília: INCTI/UnB.

Simas, L. A (2013). Pedrinhas miudinhas. Ensaios sobre ruas, aldeias e terreiros. Rio de Janeiro: Mórula editorial.Simas, L. A (2019). O corpo encantado das ruas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Simas, L. A., Rufino, L (2018). Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula Editorial.

Simas, L. A., Rufino, L (2019). Flecha no tempo. Rio de Janeiro: Mórula Editorial.

Simas, L. A., Rufino, L (2020). Encantamento: sobre política de vida. Mórula: Rio de Janei-ro, 2020. Disponível para download gratuito em: https://morula.com.br/produto/encantamento-sobre-politica-de-vida/

Simas, L. A., Rufino, L., Haddock-Lobo, R (2020). Arruaças. Uma filosofia popular Brasilei-ra. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo.

Downloads

Publicado

2022-03-15

Como Citar

Haddock-Lobo, R. (2022). Caminhos, encruzilhadas, porteiras e feitiços para uma filosofia popular brasileira. Comparative Cultural Studies: European and Latin American Perspectives, 7(14), 31–44. https://doi.org/10.36253/ccselap-13462