Educação (tr)ancestral e contra-colonial – um diálogo entre dois corpos trans docentes
DOI:
https://doi.org/10.46661/relies.11254Palavras-chave:
trancestralidade, contra-colonialidade, gênero, educaçãoResumo
Esta comunicação parte do diálogo entre dois corpos trans que ocupam lugares diferentes dentro dos sistemas de educação na cidade de São Paulo, entre a perspectiva de quem leciona na educação básica e de quem leciona na educação superior. O que tange nosso encontro são duas urgências: a necessidade de re-conhecer transcestralidades em nossa história, e a lacuna de debates sobre gêneros e sexualidades dentro das formações de professories. A metodologia utilizada para inspirar essa produção é denominada por bell hooks como diálogo de colaboração, ferramenta presente no seu texto “A construção de uma comunidade pedagógica, um diálogo” (1994). O foco desta metodologia é estabelecer um diálogo entre dues educadories com o objetivo de transformá-lo em intervenções úteis, capazes de cruzar as fronteiras e as barreiras que são erguidas pela raça, pelo gênero, pela sexualidade etc. A partir desse diálogo e debate entre dois corpos trans educadores, seus relatos e suas propostas se transformarão em material de análise para o esgarçamento das fronteiras que impedem que as questões de gênero e sexualidade triunfem na educação, fazendo deste um lugar de desafio, crescimento e intercâmbio dialético. Os principais resultados apontam para uma prática dialógica que precisa ser implementada no espaço escolar para deslocar as questões de gênero e sexualidade do apagamento para a profundidade e visibilidade. Essa troca proporciona a educadores e alunes um autorreconhecimento de si mesmos e a criação de um novo currículo a partir de uma perspectiva contra-colonial e transcestral.
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