Coletivos feministas em contextos educacionais:
intersecção entre gênero e sexualidades.
DOI:
https://doi.org/10.46661/relies.6179Palavras-chave:
educação, coletivos, feministas, sexualidadesResumo
No ano de 2016, no Brasil, aconteceram ocupações escolares e em universidades de todo o país, escolas de ensino básico, institutos federais e universidades foram ocupadas por estudantes, que dentre as várias pautas, se posicionavam contrários a PEC 241, que congelava os financiamentos públicos com saúde e educação por 20 anos. Nessas ocupações questões sobre gênero, raça e sexualidades foram discutidas, proporcionando a construção de redes e grupos que após as ocupações continuaram suas articulações, dando corpo a criação de coletivos dentro dos espaços educacionais, destacando aqui os coletivos feministas. O objetivo então desse artigo é trazer dados etnográficos coletados nos anos de 2017 e 2018 que acessam as narrativas e experiências que estavam sendo construídas dentro desses espaços de reivindicações, enfatizando a relação entre contextos educacionais, gênero e sexualidades. As análises e reflexões desencadeadas em campo sinalizam que existem momentos em que acontecimentos cotidianos disparam reações e mobilizações do(a)s estudantes, provocando debates e enfrentamentos diante de pessoas e instituições. Além disso, pontuamos os diálogos entre as ativistas dos coletivos feministas educacionais com os movimentos feministas historicamente organizados e uma forte ligação com as redes sociais virtuais e os movimentos à nível nacional. Nesse campo, as relações de gênero e sexualidades estão em constantes aproximações, em alguns momentos provocando importantes articulações, e em outros negociações tensionadas. Possibilitando a construção de práticas de resistência diante de situações de desigualdades ou injustiças sociais, mas também reproduzindo e normatizando convenções sociais e discursos hegemônicos.
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