A cidade dos vivos e a cidade dos mortos:

considerações geográficas sobre cemitérios, transformações urbanas e políticas territoriais na cidade de Vitória, Espírito Santo (1912-1989).

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46661/atrio.8101

Palavras-chave:

Cemitérios, Transformação urbana, Espaço urbano, Localização, História Urbana, Vitória

Resumo

Os estudos sobre cemitérios representam um campo de interesse crescente, uma vez que são relevantes para a reflexão sobre o espaço nas cidades, especialmente porque são produto e reflexo de suas dinâmicas urbanas. Dessa forma, a análise espacial da cidade de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, no sudeste brasileiro, uma das cidades mais antigas do continente, permite compreender como seus cemitérios participaram dos processos de transformação urbana. Metodologicamente, além de uma extensa revisão bibliográfica, foram utilizadas fontes documentais relacionadas às transformações urbanas da cidade, bem como trabalhos de campo que envolveram o registro de imagens e reconstruções territoriais. Como resultado, conclui-se que, embora a distribuição e a mudança espacial desses cemitérios tenham sido, por um lado, resultado de decisões nos planos urbanos gerais, por outro lado, suas localizações e extensões impactaram as formas de crescimento da cidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Paloma Barcelos Teixeira, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Brasil

Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Vitória), com foco na historiografia dos cemitérios de Vitória/ES e na toponímia urbana. Membro associado da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (ABEC) e membro voluntário do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) Brasil/ES. Tem experiência em pesquisa acadêmica nas áreas de patrimônio histórico-cultural, história urbana e geografia cultural, tendo participado de eventos e publicado artigos em revistas científicas. Seu trabalho de pesquisa atual tem como foco a investigação da relação entre os sepultamentos nos cemitérios de Vitória/ES e a análise da toponímia urbana da cidade, explorando a segregação espacial e as relações de poder presentes nos nomes de ruas, praças e monumentos.

Igor Martins Medeiros Robaina, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Brasil y Universidad de Burgos, España

Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). Membro permanente do corpo docente do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Espírito Santo. Docente Pesquisador da Universidade de Burgos, através da Bolsa Internacional María Zambran/Next Generation (2022-2023). Tem experiência em pesquisas sobre Geografia Urbana e sua interface com a Geografia Social e a Geografia Cultural, analisando grupos marginalizados em espaços de favelas, territórios segregados e população de rua, bem como aspectos socioculturais ligados à reflexividade e à posicionalidade no espaço urbano.

Referências

Fontes documentais:

Coleção Jerônimo Monteiro. Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES). Vitória.

Coleção prefeito Henrique de Novaes. Arquivo Público do Município de Vitória (APMV). Vitória.

Coleção prefeito Mário Gurgel. Arquivo Público do Município de Vitória (APMV). Vitória.

Coleção prefeito Octávio Índio do Brazil Peixoto. Arquivo Público do Município de Vitória (APMV). Vitória.

Fontes bibliográficas:

Abreu, Maurício de Almeida. “Sobre a memória das cidades.” Revista Território, no. 4 (1998): 5-26.

Ariès, Philippe. L'homme devant la mort. Paris: Média Diffusion, 2014. https://doi.org/10.14375/NP.9782020089449

Bueno, Beatriz Siqueira. “A cidade como negócio: mercado imobiliário rentista, projetos e processo de produção do Centro Velho de São Paulo do século XIX à Lei do Inquilinato (1809-1942). 2018.” Tese livre docência, Universidade de São Paulo, 2018.

Campos Júnior, Carlos Teixeira. O novo arrabalde. Vitória: PMV, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, 1996.

Davies, Douglas. A brief history of death. Jersey city: John Wiley & Sons, 2008.

Da Matta, Roberto. A casa e a rua. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

Deffontaines, Pierre. “Posições da Geografia Humana - Por que Geografia Humana?” Boletim Paulista de Geografia, no. 32 (1959): 03-16.

Erthal, Rui. “Geografia histórica - considerações.” GEOgraphia, no. 9 (2003): 29-39.

Franco, Sebastião Pimentel, André Fraga Lopes, e Luiz Sias Franco. “Gripe espanhola no Espírito Santo (1918-1919): alguns apontamentos.” Dimensões 2, no. 36 (2016): p. 404-426.

Novaes, Maria Stella de. Jerônimo Monteiro: sua vida e obra. Vitória: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo Coleção, 2017.

Oliveira, José Teixeira. História do Estado do Espírito Santo. Vitória: Secretária da Cultura e da Educação, 2008.

Pegaia, Antonio. “Estudo geográfico dos cemitérios de São Paulo.” Boletim Paulista de Geografia, no. 44 (1967): 103-120.

Price, Larry W. “Some results and implications of a cemetery study.” The Professional Geographer, no. 4 (1966): 201-207. https://doi.org/10.1111/j.0033-0124.1966.00201.x.

Reis, João José. A morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

Rezende, Eduardo Coelho Morgado. O céu aberto na terra, uma leitura dos cemitérios na geografia urbana de São Paulo. São Paulo: Necrópolis, 2006.

Sauer, Carl Ortwin. “Foreword to historical geography.” Annals of the Association of American Geographers, no. 1 (1941): 1-24. https://doi.org/10.1080/00045604109357211.

Teixeira, Paloma Barcelos. “Sete Palmos de Terra: historiografia e desigualdade na formação territorial dos cemitérios de Vitória/ES.” Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Espírito Santo, 2022.

Valladares, Clarival do Prado. Arte e sociedade nos cemitérios brasileiros. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1972.

Vovelle, Michel. “Les attitudes devant la mort: problèmes de méthode, approches et lectures différentes.” Histoire, Sciences Sociales, no. 1 (1976): 120-132. https://doi.org/10.3406/ahess.1976.293702.

Fontes periodísticas:

Associação brasileira de estudos cemiteriais. “A ABEC.” Consultado em 20 de fevereiro de 2023. https://www.estudoscemiteriais.com.br/abec.

Governo do Estado do Espírito Santo. “Origem do termo Capixaba.” Consultado em 27 de fevereiro de 2023. https://www.es.gov.br/historia/povo-capixaba.

Redação O diário da manhã. “Seção obituários.” O Diário Da Manhã, 17 de setembro de 1912, 17.

Redação O diário da manhã. “Seção Relatório dedicado à Câmara Municipal de Vitória.” O Diário Da Manhã, 31 de dezembro de 1927, 04.

Publicado

2023-12-19

Como Citar

Barcelos Teixeira, Paloma, e Igor Martins Medeiros Robaina. 2023. «A Cidade Dos Vivos E a Cidade Dos Mortos: : Considerações geográficas Sobre cemitérios, transformações Urbanas E políticas Territoriais Na Cidade De Vitória, Espírito Santo (1912-1989)». Atrio. Revista De Historia Del Arte, n. 29 (Dezembro). Sevilla, España:284-306. https://doi.org/10.46661/atrio.8101.

Edição

Secção

Dossier monográfico